Por: Sheikh Aminuddin Mohamad - 30.07.2012
A religião isslâmica não se resume apenas a um conjunto de práticas e rituais, mas sim, é um código de vida completo, pois exige dos seus seguidores o cumprimento integral dos mandamentos do Criador em todos os aspectos da sua vida.
O Isslam não ensina aos seus seguidores apenas os preceitos espirituais dogmáticos, mas também orienta detalhadamente nos aspectos de preservação da saúde física, no que se deve vestir e no que se deve evitar.
Na nossa crónica desta semana vamos falar do aspecto alimentar. Deus diz no Al-Qur’án, Cap. 16, Vers. 114 – 115:
“Comei portanto, dos alimentos halaal (lícitos) e bons que Deus vos deu, e agradecei o favor de Deus se é só a Ele que adorais. Ele apenas vos proibiu (comer) da carne do animal que morre por si mesmo (morte natural), o sangue, a carne de porco, e o que é degolado em nome de qualquer outro e não de Deus. Mas se alguém for forçado (a comer dessa carne) por necessidade, não desejando nem transpondo o limite (da necessidade absoluta, só para se manter vivo), então Deus é Perdoador, Misericordioso”.
Este versículo indica-nos três pontos essenciais:
1 – Os crentes podem comer todos os alimentos que sejam halaal e bons;
2 – Os alimentos sujos (imundos) são proibidos;
2 – Em momentos de necessidade podem-se consumir alimentos haraam (ilícitos).
Antes de mais, devemos compreender que, só Deus detém autoridade absoluta de declarar algo halaal ou haraam. Ninguém fora d’Ele tem essa autoridade. Consta no Al-Qur’án, Cap. 16, Vers. 116:
“E não digais a respeito daquilo que as vossas línguas mentirosas descrevem falsamente: isto é halaal e isto é haraam, com o fim de inventardes a mentira contra Deus”.
Nem mesmo ao Profeta Muhammad (S.A.W.) lhe foi conferida essa autoridade, pois conforme consta no Al-Qur’án, no Cap. 66, Vers. 1, numa ocasião Deus censurou-o dizendo:
“Ó Profeta! Porque é que declaramos haraam (mesmo para ti) algo que Deus fez halaal para ti, procurando agradar as tuas esposas”?
Deus ordena-nos a comermos na terra tudo o que é halaal, puro e saudável, e a não seguirmos os passos de Satanás. Portanto, temos à nossa disposição uma vasta gama de alimentos à escolha, desde verduras, cereais, frutas, leite e mariscos. A carne de todos os animais (exceptuando alguns), desde que sejam degolados à mão, em nome de Deus e usando uma faca, de acordo com os preceitos religiosos, ao derramar o seu sangue, é halaal. Isto nos animais que estão sob o nosso controlo. Mas se se tratar de animais de caça, isto é, fora do nosso controlo, deve-se pronunciar o nome de Deus quando estivermos a disparar a arma de fogo, ao soltar a arma de arremesso, ou ao soltar o animal ou ave de caça.
Consta no Al-Qur’án, Cap. 5, Vers. 4:
“Todas as boas coisas são halaal para vós, e também é halaal para vós aquilo que agarram para vós os animais caçadores (cães, aves) treinados por vós a caçar, ensinando-lhes daquilo que Deus vos ensinou. Portanto, comei o que eles caçam para vós, mas invocai o nome de Deus ao soltá-los”.
Se os caçadores (animais de caça) trouxerem o animal caçado ainda vivo, deve-se degolá-lo, mas se já estiver morto, comam, pois é halaal.
Quanto à comida dos adeptos do Livro (judeus e cristãos), Deus diz no Cap. 5, Vers. 5 do Al-Qur’án:
“Hoje todas as boas coisas foram declaradas halaal para vós. E os alimentos daqueles aos quais foi dado o Livro também são halaal para vós, e vosso alimento é halaal para eles”.
Os alimentos dos adeptos do Livro só são halaal para nós nas mesmas condições que nos são impostas, isto é, devem ser degolados em nome de Deus.
Hoje em dia os cristãos transgridem os mandamentos da Bíblia, (Nem o porco, porque tem unha fendida, mas não rumina; imundo vos será; não comereis da carne destes, e não tocareis nos seus cadáveres. Deuteronômio 14:8), pois comem todo o tipo de carne. Portanto, quando se diz: “os seus alimentos são halaal para nós”, tal não significa que podemos consumir carne de porco ou de qualquer outro animal morto de morte natural, ou degolado sem a observância dos preceitos recomendados, pois a proibição de consumo de porco, de sangue, ou do animal morto de morte natural, consta na Bíblia, Levítico II, Deuteronômio 14.
Portanto, o alimento dos adeptos do Livro só é halaal para nós se nos seus ingredientes não incluír que seja haraam como porco e seus derivados, sangue, vinho, etc. De salientar que mesmo se alguém que se intitula muçulmano degolar um animal e deixar de propositadamente de pronunciar o nome de Deus, então esse animal não é halaal.
Quanto aos alimentos proibidos, o Al-Qur’án diz no Cap. 5, Vers. 3:
“São-vos proibidos o animal morto (não degolado), o sangue, a carne de porco, o (animal) que tenha sido morto em nome de outro que não Deus, o animal morto por estrangulamento ou morto com pancadas violentas ou por queda, de qualquer altura, ou morto ao ser ferido pelo chifre de outro animal, ou o que for devorado parcialmente pelas feras, excepto os que tenham sido degolados de forma apropriada por vós, enquanto ainda estão vivos. E são-vos proibidos o que foi sacrificado nos altares, em honra dos ídolos, e também é-vos proibido consultar a sorte através das setas (de adivinhação). Tudo isso é pecado”.
Existem outros animais proibidos que não estão nessa lista, mas que através da Revelação, o Profeta (S.A.W.) anunciou-nos. São todos os carnívoros e os que se servem das suas garras para se alimentarem.
Estas são as regras alimentares no Isslam, e porque com tudo isso Deus quis o nosso bem-estar e não dificultar a nossa vida, consta no AlQur’án, Cap. 5, Vers. 3:
“Se alguém estiver em situação de necessidade e se sentir forçado devido à fome severa, a consumir dessas coisas proibidas sem que esteja premeditadamente inclinado ao cometimento de pecados, então Deus é Perdoador, Misericordioso”.
Falamos aqui na proibição de consumo de sangue, mas se algum muçulmano estiver doente e necessitar de fazer uma transfusão, ou de ingerir algum medicamento com ingredientes haraam como por exemplo o álcool, tal lhe é permitido. E o doente deve fazê-lo para que a doença de que padece não se agrave. Mas assim que deixar de ser necessária a ingestão de tais medicamentos, deve abster-se imediatamente.
O crente verdadeiro é aquele que se submete plenamente no seu dia a dia às ordens do seu Senhor, e se abstém de escolher o que lhe convém deixando o que não lhe convém, procurando vários tipos de pretextos e justificações.
Como se pode ver, as coisas que nos são proibidas são poucas e contáveis, daí que não haja necessidade de deixarmos a incontável lista de produtos halaal para recorrermos ao haraam.
Continuação de um bom Ramadhaan. Alahu Akbar!
O Isslam não ensina aos seus seguidores apenas os preceitos espirituais dogmáticos, mas também orienta detalhadamente nos aspectos de preservação da saúde física, no que se deve vestir e no que se deve evitar.
Na nossa crónica desta semana vamos falar do aspecto alimentar. Deus diz no Al-Qur’án, Cap. 16, Vers. 114 – 115:
“Comei portanto, dos alimentos halaal (lícitos) e bons que Deus vos deu, e agradecei o favor de Deus se é só a Ele que adorais. Ele apenas vos proibiu (comer) da carne do animal que morre por si mesmo (morte natural), o sangue, a carne de porco, e o que é degolado em nome de qualquer outro e não de Deus. Mas se alguém for forçado (a comer dessa carne) por necessidade, não desejando nem transpondo o limite (da necessidade absoluta, só para se manter vivo), então Deus é Perdoador, Misericordioso”.
Este versículo indica-nos três pontos essenciais:
1 – Os crentes podem comer todos os alimentos que sejam halaal e bons;
2 – Os alimentos sujos (imundos) são proibidos;
2 – Em momentos de necessidade podem-se consumir alimentos haraam (ilícitos).
Antes de mais, devemos compreender que, só Deus detém autoridade absoluta de declarar algo halaal ou haraam. Ninguém fora d’Ele tem essa autoridade. Consta no Al-Qur’án, Cap. 16, Vers. 116:
“E não digais a respeito daquilo que as vossas línguas mentirosas descrevem falsamente: isto é halaal e isto é haraam, com o fim de inventardes a mentira contra Deus”.
Nem mesmo ao Profeta Muhammad (S.A.W.) lhe foi conferida essa autoridade, pois conforme consta no Al-Qur’án, no Cap. 66, Vers. 1, numa ocasião Deus censurou-o dizendo:
“Ó Profeta! Porque é que declaramos haraam (mesmo para ti) algo que Deus fez halaal para ti, procurando agradar as tuas esposas”?
Deus ordena-nos a comermos na terra tudo o que é halaal, puro e saudável, e a não seguirmos os passos de Satanás. Portanto, temos à nossa disposição uma vasta gama de alimentos à escolha, desde verduras, cereais, frutas, leite e mariscos. A carne de todos os animais (exceptuando alguns), desde que sejam degolados à mão, em nome de Deus e usando uma faca, de acordo com os preceitos religiosos, ao derramar o seu sangue, é halaal. Isto nos animais que estão sob o nosso controlo. Mas se se tratar de animais de caça, isto é, fora do nosso controlo, deve-se pronunciar o nome de Deus quando estivermos a disparar a arma de fogo, ao soltar a arma de arremesso, ou ao soltar o animal ou ave de caça.
Consta no Al-Qur’án, Cap. 5, Vers. 4:
“Todas as boas coisas são halaal para vós, e também é halaal para vós aquilo que agarram para vós os animais caçadores (cães, aves) treinados por vós a caçar, ensinando-lhes daquilo que Deus vos ensinou. Portanto, comei o que eles caçam para vós, mas invocai o nome de Deus ao soltá-los”.
Se os caçadores (animais de caça) trouxerem o animal caçado ainda vivo, deve-se degolá-lo, mas se já estiver morto, comam, pois é halaal.
Quanto à comida dos adeptos do Livro (judeus e cristãos), Deus diz no Cap. 5, Vers. 5 do Al-Qur’án:
“Hoje todas as boas coisas foram declaradas halaal para vós. E os alimentos daqueles aos quais foi dado o Livro também são halaal para vós, e vosso alimento é halaal para eles”.
Os alimentos dos adeptos do Livro só são halaal para nós nas mesmas condições que nos são impostas, isto é, devem ser degolados em nome de Deus.
Hoje em dia os cristãos transgridem os mandamentos da Bíblia, (Nem o porco, porque tem unha fendida, mas não rumina; imundo vos será; não comereis da carne destes, e não tocareis nos seus cadáveres. Deuteronômio 14:8), pois comem todo o tipo de carne. Portanto, quando se diz: “os seus alimentos são halaal para nós”, tal não significa que podemos consumir carne de porco ou de qualquer outro animal morto de morte natural, ou degolado sem a observância dos preceitos recomendados, pois a proibição de consumo de porco, de sangue, ou do animal morto de morte natural, consta na Bíblia, Levítico II, Deuteronômio 14.
Portanto, o alimento dos adeptos do Livro só é halaal para nós se nos seus ingredientes não incluír que seja haraam como porco e seus derivados, sangue, vinho, etc. De salientar que mesmo se alguém que se intitula muçulmano degolar um animal e deixar de propositadamente de pronunciar o nome de Deus, então esse animal não é halaal.
Quanto aos alimentos proibidos, o Al-Qur’án diz no Cap. 5, Vers. 3:
“São-vos proibidos o animal morto (não degolado), o sangue, a carne de porco, o (animal) que tenha sido morto em nome de outro que não Deus, o animal morto por estrangulamento ou morto com pancadas violentas ou por queda, de qualquer altura, ou morto ao ser ferido pelo chifre de outro animal, ou o que for devorado parcialmente pelas feras, excepto os que tenham sido degolados de forma apropriada por vós, enquanto ainda estão vivos. E são-vos proibidos o que foi sacrificado nos altares, em honra dos ídolos, e também é-vos proibido consultar a sorte através das setas (de adivinhação). Tudo isso é pecado”.
Existem outros animais proibidos que não estão nessa lista, mas que através da Revelação, o Profeta (S.A.W.) anunciou-nos. São todos os carnívoros e os que se servem das suas garras para se alimentarem.
Estas são as regras alimentares no Isslam, e porque com tudo isso Deus quis o nosso bem-estar e não dificultar a nossa vida, consta no AlQur’án, Cap. 5, Vers. 3:
“Se alguém estiver em situação de necessidade e se sentir forçado devido à fome severa, a consumir dessas coisas proibidas sem que esteja premeditadamente inclinado ao cometimento de pecados, então Deus é Perdoador, Misericordioso”.
Falamos aqui na proibição de consumo de sangue, mas se algum muçulmano estiver doente e necessitar de fazer uma transfusão, ou de ingerir algum medicamento com ingredientes haraam como por exemplo o álcool, tal lhe é permitido. E o doente deve fazê-lo para que a doença de que padece não se agrave. Mas assim que deixar de ser necessária a ingestão de tais medicamentos, deve abster-se imediatamente.
O crente verdadeiro é aquele que se submete plenamente no seu dia a dia às ordens do seu Senhor, e se abstém de escolher o que lhe convém deixando o que não lhe convém, procurando vários tipos de pretextos e justificações.
Como se pode ver, as coisas que nos são proibidas são poucas e contáveis, daí que não haja necessidade de deixarmos a incontável lista de produtos halaal para recorrermos ao haraam.
Continuação de um bom Ramadhaan. Alahu Akbar!
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