Bismillah!
Os coraixitas tinham caravanas de mercadorias que transitavam de Makka para a Síria. Numa dessas caravanas estava o herói da nossa estória, o Tal-ha b. Ubaidullah al Tamimi, que era um jovem com menos experiência que os outros mercadores. Isso não o impedia de competir com eles, sendo que sua sagacidade e intuição faziam com que os sobrepujasse, realizando as mais vantajosas transações.
Quando a caravana de que fazia parte chegou à cidade de Basra, na Síria, todos os mais velhos se apressaram para a praça do mercado, a fim de fazerem negócios. A área estava fervilhando de gente vinda de todos os lugares e, enquanto o Tal-ha estava vagando por ali, algo que mudou o curso da sua vida lhe aconteceu. Ademais, aquilo constituiu o antecedente dos eventos que iriam mudar o curso da história. A estória está preservada nos livros de história, nas palavras do próprio Tal-ha, e iremos permitir que a sua narração nos conte o que se passou.
A narrativa de Tal-ha b. Ubaidullah
Estávamos todos ocupados, na praça do mercado, quando vimos e ouvimos um monge que ia e vinha, conclamando:
“Ouvi, ó mercadores! Perguntai às pessoas aqui reunidas se há alguém que tenha vindo de Makka!”
Eu estava por perto; então eu fui até ele, e disse:
“Eu sou de Makka.”
“O Ahmad já apareceu para vós?” perguntou ele.
“Quem é Ahmad?” contrapus.
“O filho de Abdullah b. Abdul Muttalib (Profeta Muhammad SAAS). Este é o mês em que ele deverá apresentar-se, pois irá ser o derradeiro dos profetas. Ele irá aparecer no vosso país, na sagrada área em torno da Caaba. Depois irá migrar para a terra das rochas negras, com tufos de tamareiras, com um solo calcáreo do qual mina água. Não sejas um dos últimos a acreditar nele, meu jovem!”
A fala dele produziu um profundo efeito sobre mim, tanto que fui para os meus camelos, selei-os e, deixando a caravana para trás, toquei para Makka a toda brida. Ao chegar, perguntei para os meus familiares:
“Será que alguma coisa aconteceu em Makka, depois que eu parti?”
“Sim”, responderam, “apareceu um homem chamado Mohammad b. Abdullah, dizendo que é um profeta, e encontrou, como seguidor, o filho de Abu Quhafah.”
Estavam-se referindo ao Abu Bakr, a quem eu bem conhecia. Era um homem de maneiras gentis, agradável, amado por todos. Era ainda um mercador honesto e confiável. Éramos afeiçoados a ele, e gostávamos da sua companhia, por causa do seu grande conhecimento da nossa esfera tribal e nossa genealogia. Então eu fui ter com ele, e perguntei:
“É verdade o que todos estão falando, que o Mohammad b. Abdullah declarou ser um profeta, e que tu acreditas nele?”
Abu Bakr respondeu afirmativamente, e contou-me todos os fatos relevantes. Inspirou em mim o desejo de me converter, como ele havia feito, então eu lhe contei acerca do monge de Basra. Ele ficou surpreendido, e propôs:
“Vamos até Mohammad, assim tu poderás contar a ele a tua estória. Tu poderás ouvir o que ele tem a dizer, e talvez irás juntar-te à religião de Deus.”
Fomos ter com Mohammad (SAAS), que me explicou o Islam e recitou para mim algo do Alcorão. Disse-me que a aceitação do Islam significava o preenchimento de tudo, neste mundo e no Outro. Deus abriu o meu coração para o Islam, e eu contei ao Profeta (SAAS) sobre o monge de Basra. Ele ficou visivelmente prazeroso.
Depois daquilo, eu pronunciei perante ele o testemunho de que não há outra divindade além de Deus, e que Mohammad é o Seu Mensageiro. Fui o quarto indivíduo a ser convertido pelas mãos de Abu Bakr.
Fim da narrativa de Tal-ha
O Coraix ficou estupefacto com a notícia da conversão daquele jovem da sua tribo. A que ficou mais entristecida foi a sua mãe, pois tinha ambições de que ele viesse a aer o líder da sua tribo por causa das nobres virtudes e do bom caráter dele. Todos empenharam-se em fazer com que ele renegasse a sua religião, mas ele permaneceu firme como uma montanha, inabalável com a insistência deles. Quando se desesperançaram de convencê-lo por medidas amigáveis, recorreram à perseguição e tortura. O Massud b. Kharash narrou:
“Eu estava a caminhar entre Al Saffa e Al Marwa(Al Saffa e Al Marwa – são dois montes perto da Caaba, em Makka. O caminhar entre eles faz parte do ritual dos peregrinos) quando vi uma grande multidão de pessoas a seguirem um jovem cujas mãos haviam sido amarradas ao seu pescoço. As pessoas estavam a persegui-lo, empurrando-o e golpeando-o na cabeça. Atrás, estava uma velha que gritava anátemas a ele. Perguntei a alguém da turba quem era o jovem, e foi-me dito:
“‘É o Tal-ha b. Ubaidullah; ele abandonou a sua velha religião, e está a seguir àquele rapaz do clã dos Banu Háchim.’
“‘E quem é aquela velha que o está seguindo?’ perguntei.
“‘É a Sabah b. al Hadrami, a mãe do jovem’, o homem respondeu.”
A coisas pioraram para o Tal-ha, para o homem conhecido como “o leão do Coraix”. Um homem por nome Nawfal b. Khuwailid amarrou-o por completo. Depois amarrou também o Abu Bakr junto com ele. Então ele os entregou para a ralé da tribo para serem cruelmente torturados. Por causa daquele incidente, o Tal-ha b. Ubaidullah e o Abu Bakr passaram a ser conhecidos como “os atados juntos”.
O tempo passou, os eventos tiveram lugar, um após outro e, com o passar do tempo, o Tal-ha b. Ubaidullah amadureceu. O seu sacrifício pela causa de Deus e do Seu Profeta se tornou mais e mais intenso, e a sua generosidade para com a sua religião e seus camaradas muçulmanos cresceu em ardor, tanto que o Profeta (SAAS) o cognominou “o mátir vivo”. Cada um desses cognomes tem uma bela estória por trás dele.
A estória por trás de o Tal-ha ter-se chamado “o mártir vivo” corporalizou-se durante a batalha de Uhud. Os muçulmanos haviam abandonado o campo de batalha, deixando o Profeta (SAAS) com apenas onze homens dos Ansar, mais o Tal-ha b. Ubaidullah, que era dos Muhajirun. O profeta (SAAS) e seus doze apoiadores estavam-se retirando montanha acima, perseguidos por um bando de pagãos que queriam matar ao Profeta; este (SAAS) disse para os seus apoiadores:
“Aquele que conseguir afugentar esses indivíduos irá ser meu companheiro no Paraíso.”
“Eu conseguirei, ó Mensageiro de Deus”, voluntariou-se o Tal-ha.
“Não, tu ficas onde estás”, disse o Profeta (SAAS).
“Eu conseguirei, ó Mensageiro de Deus”, sugeriu um dos Ansar.
“Tu podes ir”, disse o Profeta (SAAS). O homem dos Ansar deteve os inimigos, enquanto o Profeta (SAAS) e os outros se retiravam para mais acima. Logo que o homem foi morto, e os pagãos reiniciaram sua perseguição ao Profeta, este (SAAS) disse:
“Qual o homem que os pode deter?”
“Eu posso, ó Mensageiro de Deus”, voluntariou-se mais uma vez o Tal-ha. O Profeta mais uma vez recusou, e permitiu que um dos Ansar, que também se voluntariara, fosse. Logo ele teve a mesma sina do primeiro homem, e os pagãos continuaram a perseguir o Profeta (SAAS). Aquilo aconteceu repetidamente, até que os onze homens dos Ansar haviam morrido como mártires, e apenas o Tal-ha permanecia com o Profeta (SAAS). Naquela altura, o Profeta (SAAS) deu permissão para que o Tal-ha tentasse conter o inimigo. Momentos antes, o Profeta (SAAS) havia sido ferido; sua testa fora aberta, seu lábio cortado, e um dos seus dentes fora quebrado. O sangue lhe cobria o rosto, e ele estava exausto.
Então o Tal-ha saiu ao encalço dos perseguidores, atacando-os e repelindo-os. Depois voltou para junto do Profeta (SAAS), ajudou-o subir mais para cima, e o fez sentar num local abrigado, e saiu para atacar os pagãos mais uma vez. Fazia aquilo repetidamente, até que escurraçou completamente os inimigos.
Naquele momento, Abu Bakr e Abu Ubaida b. al Jarrah se encontravam em algum outro lugar, no campo de batalha. Eles se dirigiram para o local em que o Profeta (SAAS) estava, com a intenção de lhe atender os ferimentos, mas ele lhes disse:
“Deixai-me e ide ter com o vosso amigo”, referindo-se ao Tal-ha. Eles foram, e o encontraram coberto de sangue. Ele tinha mais de setenta ferimentos causados pelas espadas, lanças e flechas dos inimigos. Perdera u’a mão, e havia caído, inconsciente, numa vala. Depois daquilo, o Profeta (SAAS) passou a dizer:
“Se alguém quiser ver um homem que ainda anda, após ter enfrentado a morte, que olhe para o Tal-ha b. Ubaidullah!”
E sempre que alguém mencionava a batalha de Uhud para o Abu Bakr, ele dizia:
“Foi o Tal-ha b. Ubaidullah quem salvou o dia!”
Esta é a estória de como ao Tal-ha foi dado o nome de “o mártir vivo”. As estórias de como ele foi cognominado Tal-ha, o Generoso, e Tal-ha, o Benévolo, são incontáveis.
Ele era um abastado mercador, com um negócio florescente. Um dia, ele recebeu os lucros das transações, em Hadhramawt, que perfaziam o total de setecentos mil dirhans. Ele passou aquela noite num estado lastimável. Sua esposa, a Umm Kulçum b. Abi Bakr, foi ao quarto dele, e perguntou:
“Qual o problema, ó Abu Muhammad? Será que fiz algo que te desagradasse?”
“Não”, ele respondeu, “tu és a melhor esposa que um muçulmano pode desejar. É que eu comecei a imaginar, esta tarde, e argumentei comigo mesmo:
“‘O que pode um homem esperar do seu Senhor, se ele dorme com todo esse dinheiro na sua casa?”
“E por que isso te causa pesar?” ela perguntou. “Será que não podes usá-lo para ajudar a tua família e os teus amigos necessitados? Pela manhã, poderás dividi-lo entre eles.”
“Que Deus tenha misericórdia de ti!” ele disse. “Tu és uma criatura com a qual Deus teve sucesso!”
Quando chegou a manhã, ele dividiu o dinheiro, colocou-o em saquinhos e vasilhas, e o distribuiu entre os necessitados dos Muhajirun e dos Ansar.
Há também uma estória conhecida acerca de um homem que foi ter com o Tal-ha necessitando abrigo e assistência para que pudesse completar a sua viagem. Ele lembrou ao Tal-ha de que eram primos distantes. Tal-ha disse:
“Esta é a primeira vez que alguém me diz seres tu um parente meu. Eu tenho um terreno pelo qual o Otman b. Affan me ofereceu trezentos mil. Se quiseres, podes pegá-lo para ti, ou poderás vendê-lo para mim, e dar-te-ei o dinheiro por ele.”
“Prefiro pegar o dinheiro”, disse o homem, assim o Tal-ha lho deu.
Tal-ha foi, na verdade, um homem de sorte, que mereceu aqueles belos nomes que lhe foram dados pelo Mensageiro de Deus (SAAS). Que Deus lhe conceda felicidade e lhe dê luz na Vida Futura!
"São aqueles aos quais foi dito: Os inimigos concentraram-se contra vós; temei-os! Isso aumentou-lhes a fé e disseram: Allah nos é suficiente. Que excelente Guardião! Pela mercê e pela graça de Deus, retornaram ilesos. Seguiram o que apraz a Deus; sabei que Allah é Agraciante por excelência." (03: 173-174)
يُرِيدُونَ أَن يطفئوا نُورَ اللّهِ بِأَفْوَاهِهِمْ وَيَأْبَى اللّهُ إِلاَّ أَن يُتِمَّ نُورَهُ وَلَوْ كَرِهَ الْكَافِرُونَ
......Desejam em vão extinguir a Luz de Deus com as suas bocas; porém, Deus nada permitirá, e aperfeiçoará a Sua Luz, ainda que isso desgoste os incrédulos!
Mohamad ziad -محمد زياد
Os Muçulmanos Amam Jesus!
Você que mora no sul do Brasil visite o site: www.islamboy.com.br
duvidas/ informações: info@islamismo.org
Os coraixitas tinham caravanas de mercadorias que transitavam de Makka para a Síria. Numa dessas caravanas estava o herói da nossa estória, o Tal-ha b. Ubaidullah al Tamimi, que era um jovem com menos experiência que os outros mercadores. Isso não o impedia de competir com eles, sendo que sua sagacidade e intuição faziam com que os sobrepujasse, realizando as mais vantajosas transações.
Quando a caravana de que fazia parte chegou à cidade de Basra, na Síria, todos os mais velhos se apressaram para a praça do mercado, a fim de fazerem negócios. A área estava fervilhando de gente vinda de todos os lugares e, enquanto o Tal-ha estava vagando por ali, algo que mudou o curso da sua vida lhe aconteceu. Ademais, aquilo constituiu o antecedente dos eventos que iriam mudar o curso da história. A estória está preservada nos livros de história, nas palavras do próprio Tal-ha, e iremos permitir que a sua narração nos conte o que se passou.
A narrativa de Tal-ha b. Ubaidullah
Estávamos todos ocupados, na praça do mercado, quando vimos e ouvimos um monge que ia e vinha, conclamando:
“Ouvi, ó mercadores! Perguntai às pessoas aqui reunidas se há alguém que tenha vindo de Makka!”
Eu estava por perto; então eu fui até ele, e disse:
“Eu sou de Makka.”
“O Ahmad já apareceu para vós?” perguntou ele.
“Quem é Ahmad?” contrapus.
“O filho de Abdullah b. Abdul Muttalib (Profeta Muhammad SAAS). Este é o mês em que ele deverá apresentar-se, pois irá ser o derradeiro dos profetas. Ele irá aparecer no vosso país, na sagrada área em torno da Caaba. Depois irá migrar para a terra das rochas negras, com tufos de tamareiras, com um solo calcáreo do qual mina água. Não sejas um dos últimos a acreditar nele, meu jovem!”
A fala dele produziu um profundo efeito sobre mim, tanto que fui para os meus camelos, selei-os e, deixando a caravana para trás, toquei para Makka a toda brida. Ao chegar, perguntei para os meus familiares:
“Será que alguma coisa aconteceu em Makka, depois que eu parti?”
“Sim”, responderam, “apareceu um homem chamado Mohammad b. Abdullah, dizendo que é um profeta, e encontrou, como seguidor, o filho de Abu Quhafah.”
Estavam-se referindo ao Abu Bakr, a quem eu bem conhecia. Era um homem de maneiras gentis, agradável, amado por todos. Era ainda um mercador honesto e confiável. Éramos afeiçoados a ele, e gostávamos da sua companhia, por causa do seu grande conhecimento da nossa esfera tribal e nossa genealogia. Então eu fui ter com ele, e perguntei:
“É verdade o que todos estão falando, que o Mohammad b. Abdullah declarou ser um profeta, e que tu acreditas nele?”
Abu Bakr respondeu afirmativamente, e contou-me todos os fatos relevantes. Inspirou em mim o desejo de me converter, como ele havia feito, então eu lhe contei acerca do monge de Basra. Ele ficou surpreendido, e propôs:
“Vamos até Mohammad, assim tu poderás contar a ele a tua estória. Tu poderás ouvir o que ele tem a dizer, e talvez irás juntar-te à religião de Deus.”
Fomos ter com Mohammad (SAAS), que me explicou o Islam e recitou para mim algo do Alcorão. Disse-me que a aceitação do Islam significava o preenchimento de tudo, neste mundo e no Outro. Deus abriu o meu coração para o Islam, e eu contei ao Profeta (SAAS) sobre o monge de Basra. Ele ficou visivelmente prazeroso.
Depois daquilo, eu pronunciei perante ele o testemunho de que não há outra divindade além de Deus, e que Mohammad é o Seu Mensageiro. Fui o quarto indivíduo a ser convertido pelas mãos de Abu Bakr.
Fim da narrativa de Tal-ha
O Coraix ficou estupefacto com a notícia da conversão daquele jovem da sua tribo. A que ficou mais entristecida foi a sua mãe, pois tinha ambições de que ele viesse a aer o líder da sua tribo por causa das nobres virtudes e do bom caráter dele. Todos empenharam-se em fazer com que ele renegasse a sua religião, mas ele permaneceu firme como uma montanha, inabalável com a insistência deles. Quando se desesperançaram de convencê-lo por medidas amigáveis, recorreram à perseguição e tortura. O Massud b. Kharash narrou:
“Eu estava a caminhar entre Al Saffa e Al Marwa(Al Saffa e Al Marwa – são dois montes perto da Caaba, em Makka. O caminhar entre eles faz parte do ritual dos peregrinos) quando vi uma grande multidão de pessoas a seguirem um jovem cujas mãos haviam sido amarradas ao seu pescoço. As pessoas estavam a persegui-lo, empurrando-o e golpeando-o na cabeça. Atrás, estava uma velha que gritava anátemas a ele. Perguntei a alguém da turba quem era o jovem, e foi-me dito:
“‘É o Tal-ha b. Ubaidullah; ele abandonou a sua velha religião, e está a seguir àquele rapaz do clã dos Banu Háchim.’
“‘E quem é aquela velha que o está seguindo?’ perguntei.
“‘É a Sabah b. al Hadrami, a mãe do jovem’, o homem respondeu.”
A coisas pioraram para o Tal-ha, para o homem conhecido como “o leão do Coraix”. Um homem por nome Nawfal b. Khuwailid amarrou-o por completo. Depois amarrou também o Abu Bakr junto com ele. Então ele os entregou para a ralé da tribo para serem cruelmente torturados. Por causa daquele incidente, o Tal-ha b. Ubaidullah e o Abu Bakr passaram a ser conhecidos como “os atados juntos”.
O tempo passou, os eventos tiveram lugar, um após outro e, com o passar do tempo, o Tal-ha b. Ubaidullah amadureceu. O seu sacrifício pela causa de Deus e do Seu Profeta se tornou mais e mais intenso, e a sua generosidade para com a sua religião e seus camaradas muçulmanos cresceu em ardor, tanto que o Profeta (SAAS) o cognominou “o mátir vivo”. Cada um desses cognomes tem uma bela estória por trás dele.
A estória por trás de o Tal-ha ter-se chamado “o mártir vivo” corporalizou-se durante a batalha de Uhud. Os muçulmanos haviam abandonado o campo de batalha, deixando o Profeta (SAAS) com apenas onze homens dos Ansar, mais o Tal-ha b. Ubaidullah, que era dos Muhajirun. O profeta (SAAS) e seus doze apoiadores estavam-se retirando montanha acima, perseguidos por um bando de pagãos que queriam matar ao Profeta; este (SAAS) disse para os seus apoiadores:
“Aquele que conseguir afugentar esses indivíduos irá ser meu companheiro no Paraíso.”
“Eu conseguirei, ó Mensageiro de Deus”, voluntariou-se o Tal-ha.
“Não, tu ficas onde estás”, disse o Profeta (SAAS).
“Eu conseguirei, ó Mensageiro de Deus”, sugeriu um dos Ansar.
“Tu podes ir”, disse o Profeta (SAAS). O homem dos Ansar deteve os inimigos, enquanto o Profeta (SAAS) e os outros se retiravam para mais acima. Logo que o homem foi morto, e os pagãos reiniciaram sua perseguição ao Profeta, este (SAAS) disse:
“Qual o homem que os pode deter?”
“Eu posso, ó Mensageiro de Deus”, voluntariou-se mais uma vez o Tal-ha. O Profeta mais uma vez recusou, e permitiu que um dos Ansar, que também se voluntariara, fosse. Logo ele teve a mesma sina do primeiro homem, e os pagãos continuaram a perseguir o Profeta (SAAS). Aquilo aconteceu repetidamente, até que os onze homens dos Ansar haviam morrido como mártires, e apenas o Tal-ha permanecia com o Profeta (SAAS). Naquela altura, o Profeta (SAAS) deu permissão para que o Tal-ha tentasse conter o inimigo. Momentos antes, o Profeta (SAAS) havia sido ferido; sua testa fora aberta, seu lábio cortado, e um dos seus dentes fora quebrado. O sangue lhe cobria o rosto, e ele estava exausto.
Então o Tal-ha saiu ao encalço dos perseguidores, atacando-os e repelindo-os. Depois voltou para junto do Profeta (SAAS), ajudou-o subir mais para cima, e o fez sentar num local abrigado, e saiu para atacar os pagãos mais uma vez. Fazia aquilo repetidamente, até que escurraçou completamente os inimigos.
Naquele momento, Abu Bakr e Abu Ubaida b. al Jarrah se encontravam em algum outro lugar, no campo de batalha. Eles se dirigiram para o local em que o Profeta (SAAS) estava, com a intenção de lhe atender os ferimentos, mas ele lhes disse:
“Deixai-me e ide ter com o vosso amigo”, referindo-se ao Tal-ha. Eles foram, e o encontraram coberto de sangue. Ele tinha mais de setenta ferimentos causados pelas espadas, lanças e flechas dos inimigos. Perdera u’a mão, e havia caído, inconsciente, numa vala. Depois daquilo, o Profeta (SAAS) passou a dizer:
“Se alguém quiser ver um homem que ainda anda, após ter enfrentado a morte, que olhe para o Tal-ha b. Ubaidullah!”
E sempre que alguém mencionava a batalha de Uhud para o Abu Bakr, ele dizia:
“Foi o Tal-ha b. Ubaidullah quem salvou o dia!”
Esta é a estória de como ao Tal-ha foi dado o nome de “o mártir vivo”. As estórias de como ele foi cognominado Tal-ha, o Generoso, e Tal-ha, o Benévolo, são incontáveis.
Ele era um abastado mercador, com um negócio florescente. Um dia, ele recebeu os lucros das transações, em Hadhramawt, que perfaziam o total de setecentos mil dirhans. Ele passou aquela noite num estado lastimável. Sua esposa, a Umm Kulçum b. Abi Bakr, foi ao quarto dele, e perguntou:
“Qual o problema, ó Abu Muhammad? Será que fiz algo que te desagradasse?”
“Não”, ele respondeu, “tu és a melhor esposa que um muçulmano pode desejar. É que eu comecei a imaginar, esta tarde, e argumentei comigo mesmo:
“‘O que pode um homem esperar do seu Senhor, se ele dorme com todo esse dinheiro na sua casa?”
“E por que isso te causa pesar?” ela perguntou. “Será que não podes usá-lo para ajudar a tua família e os teus amigos necessitados? Pela manhã, poderás dividi-lo entre eles.”
“Que Deus tenha misericórdia de ti!” ele disse. “Tu és uma criatura com a qual Deus teve sucesso!”
Quando chegou a manhã, ele dividiu o dinheiro, colocou-o em saquinhos e vasilhas, e o distribuiu entre os necessitados dos Muhajirun e dos Ansar.
Há também uma estória conhecida acerca de um homem que foi ter com o Tal-ha necessitando abrigo e assistência para que pudesse completar a sua viagem. Ele lembrou ao Tal-ha de que eram primos distantes. Tal-ha disse:
“Esta é a primeira vez que alguém me diz seres tu um parente meu. Eu tenho um terreno pelo qual o Otman b. Affan me ofereceu trezentos mil. Se quiseres, podes pegá-lo para ti, ou poderás vendê-lo para mim, e dar-te-ei o dinheiro por ele.”
“Prefiro pegar o dinheiro”, disse o homem, assim o Tal-ha lho deu.
Tal-ha foi, na verdade, um homem de sorte, que mereceu aqueles belos nomes que lhe foram dados pelo Mensageiro de Deus (SAAS). Que Deus lhe conceda felicidade e lhe dê luz na Vida Futura!
"São aqueles aos quais foi dito: Os inimigos concentraram-se contra vós; temei-os! Isso aumentou-lhes a fé e disseram: Allah nos é suficiente. Que excelente Guardião! Pela mercê e pela graça de Deus, retornaram ilesos. Seguiram o que apraz a Deus; sabei que Allah é Agraciante por excelência." (03: 173-174)
يُرِيدُونَ أَن يطفئوا نُورَ اللّهِ بِأَفْوَاهِهِمْ وَيَأْبَى اللّهُ إِلاَّ أَن يُتِمَّ نُورَهُ وَلَوْ كَرِهَ الْكَافِرُونَ
......Desejam em vão extinguir a Luz de Deus com as suas bocas; porém, Deus nada permitirá, e aperfeiçoará a Sua Luz, ainda que isso desgoste os incrédulos!
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