Voz Muçulmana: Sahaba - 66‏ - Rabi’a b. Kab - Chinese Muslims

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2020年5月18日星期一

Voz Muçulmana: Sahaba - 66‏ - Rabi’a b. Kab

Bismillah!
Rabi’a b. Kab
Dr. Abdulrahman Ráafat Bacha
Tradução: Prof. Samir El Hayek

Deixemos que o sujeito desta história conte as suas experiências com suas próprias palavras.
A história de Rabi’a

Eu era apenas um jovenzinho quando a luz da fé encontrou um lugar no meu coração, enchedo-me com a espiritualidade do Islam. Quando vi o Mensageiro de Allah (S) pela primeira vez, fui tomado por um permanente amor por ele. Aquela afeição pelo Profeta (S) tornou-se tão intensa, que cheguei a me ocupar dela à exclusão de tudo o mais. Por fim, eu pensei:

“Por que não tornas as coisas mais fáceis para ti mesmo, e te devotas ao serviço do Mensageiro de Allah? Vai, e oferece teus serviços a ele! Se ele aceitar, tu terás a alegria de sempre o ver, obter a sua afeição, e irás receber as bênçãos neste mundo e no Outro!”

Logo depois, eu fui ter com o Profeta (S) e me ofereci para servi-lo, esperando que ele aceitasse a minha oferta. Ele não me desapontou, mas aceitou que eu fosse o seu criado; e, daquele dia em diante, eu permaneci tão perto do Profeta (S), como se fosse sua sombra. Aonde quer que ele fosse, eu o acompanhava, flutuando em torno dele feito um planeta a orbitar ao redor do sol. Bastava só ele olhar para mim, eu me punha de pé, e ia até ele. Se ele estivesse procurando por algo, ou precisasse que alguém lhe fizesse um serviço fora, eu me apressava em servi-lo.

Eu costumava passar o dia inteiro assim, procurando meios de o servir. Quando o dia terminava e o Profeta (S) havia realizado sua oração final da noite, ia para sua casa e, primeiramente, eu achava que era hora de eu ir embora. Depois eu reconsiderava, dizendo a mim mesmo:

“Ó Rabi’a, por que deves partir? Talvez o Profeta (S) vá precisar de alguma coisa durante a noite!” E me sentava à soleira da sua porta, onde permanecia.

O Profeta (S) passava a noite acordado, em oração. Ocasionalmente, ouvia-o recitar Al Fatiha1, e ele continuava a repeti-la por uma boa parte da noite. Ou eu o ouvia dizer:

“Allah ouve a quem O louva”, e ele repetia aquilo por um tempo mais logo do que fazia com Al Fátiha.

Era hábito do Mensageiro de Allah (S), toda vez que alguém lhe fazia um favor, fazer a esse alguém um favor maior, como uma expressão de gratidão. Ele queria me recompensar por eu prestar serviços a ele; então, num dia, ele se chegou perto de mim, e disse:

“Ó Rabi’a bin Kab!”

“Estou a teu serviço, e pronto para servi-lo, ó Mensageiro de Allah (S). Que o Senhor te conceda muitas felicidades!” respondi.

“Pede-me algo, e eu to darei”, ele disse para mim.

Eu ponderei por um momento, e então disse:

“Dá-me algum tempo, ó Mensageiro de Allah (S), para que eu possa considerar o que desejo pedir; então te direi.”

“Está bem”, ele disse.

Naquele tempo eu era pobre, sem esposa, dinheiro, nem lar. Vivia no quintal da mesquita, juntamente com outros muçulmanos pobres. As pessoas costumavam chamar-nos “os convivas do Islam”. Se alguém dos muçulmanos levava algum dinheiro ao Profeta (S) em caridade, ele o dava todo para nós. Se alguém lhe enviava um presente, ele tomava um pouco para si, e mandava dar o restante para nós. Eis que me ocorreu pedir ao Profeta (S) algo terreno que me livrasse da pobreza e que me fizesse viver como qualquer outro, com dinheiro, esposa e filhos. Então eu reconsiderei, dizendo a mim mesmo:

“Olha que irás trazer a ruína para ti, ó Rabi’a bin Kab! O mundo material irá passar; e se estiveres destinado a desfrutar da sua riqueza, Allah irá proporcionar, quer tu peças por ela ou não. E o Profeta (S) é tão amado por Allah, que Ele não irá recusar qualquer pedido que o Profeta (S) faça. Portanto tu deves pedir a Allah que te conceda um quinhão da recompensa do Outro Mundo.” Aquela era a decisão mais plausível. Então eu fui ter com o Profeta (S), e ele perguntou:

“Que tens a dizer, ó Rabi’a?”

“Mensageiro de Allah (S), quero pedir-te que ores a Allah e Lhe peças que me faça teu companheiro no Paraíso.”
O Profeta (S) ficou em silêncio por algum tempo, antes de dizer:

“Gostarias de algo mais, ó Rabi’a?”

“Não, Mensageiro de Allah (S), jamais irei mudar de idéia quanto ao que te pedi”, respondi.

“Então, tu terás que me ajudar a obter isso para ti, por meio de dizeres muitas orações voluntárias e de fazeres muitas prostrações”, foi a resposta final.

Desde então fiz daquilo um hábito, ou seja, estar em constante cultuação, para que eu pudesse ser abençoado com a companhia do Profeta (S) no Outro Mundo, assim como havia sido abençoado ao estar ao seu serviço nesta vida.

Não muito tempo depois que tudo aquilo teve lugar, o Mensageiro de Allah (S) me chamou, e perguntou:

“Não gostarias de te casar, ó Rabi’a?”

“Não quero fazer nada que me vá distrair quanto ao servir-te, ó Mensageiro de Allah (S)”, respondi. “Além do mais, eu não tenho dinheiro para poder oferecer um dote a uma noiva, ou para provê-la.” O Profeta (S) ficou em silêncio. Ele me viu, em outra ocasião, e fez a mesma pergunta:

“Não gostarias de te casar, ó Rabi’a?”

Eu lhe dei a mesma resposta de antes, mas, depois, quando eu estava só, eu me arrependi ter respondido daquela maneira, e pensei:

“Que vergonha, ó Rabi’a! o Profeta (S) sabe melhor do que tu o que é bom para ti, tanto nos assuntos terrenos como nos espirituais. Juro por Allah que se o Profeta (S) sugerir novamente que eu me case, irei aceitar.

Não demorou muito tempo, e o Profeta (S) me perguntou mais uma vez:

“Não gostarias de te casar, ó Rabi’a?”

“Sim, deveras, ó Mensageiro de Allah (S)”, respondi, “mas quem iria dar a mim a sua filha em casamento, sabendo o estado em que estou?”

“Pois vai à família tal, e dize ao chefe:

“O Mensageiro de Allah (S) manda que tu me dês a tua filha, a tal, em casamento.”

Eu fui até à família tal, sentindo-me muito tímido, e disse para o chefe:

“O Mensageiro de Allah (S) mandou-me aqui para que eu me case com a tua filha, a tal.”

“A tal!?” ele exclamou. Quando eu assenti, ele disse:

“O Mensageiro de Allah (S) é benvindo a nossa casa, e também o é o enviado do mensageiro do Mensageiro de Allah (S). Juro por Allah que este mensageiro não será mandado de volta desapontado.” Logo ele elaborou um contrato matrimonial que fez dela, a tal, minha esposa.

Eu fui ter com o Profeta (S) e lhe disse:

“Ó Mensageiro de Allah (S), acabo de vir da casa duma boa família. Eles acreditaram em mim, deram-me as boas-vindas, e elaboraram um contrato matrimonial para a sua filha. Agora, onde irei conseguir um dote para eles?”

O Profeta (S) mandou chamar o Buraida b. al Hasib, que era um dos chefes da minha tribo, a dos Banu Aslam. Disse-lhe:

“Ó Buraida, por favor, junta para o Rabi’a o valor do peso dum caroço de tâmara, em ouro!”

Ele juntou aquilo para mim, e o Profeta (S) me disse:

“Leva isso para eles, e dize-lhes que isso é o dote da filha deles!”

Eu fui até eles, e lhes apresentei aquilo; eles aceitaram, ficaram contentes, e disseram:

“É bastante, e de boa qualidade!”

Depois eu voltei ao Profeta (S), e disse a ele:

“Eu nunca encontrei pessoas mais generosas do que as dessa família. Ficaram contentes com a pequena quantia que lhes dei, e disseram que era bastante, e de boa qualidade. Mas agora, como irei proporcionar um banquete para o casamento, ó Mensageiro de Allah (S)?” Uma vez mais o Profeta (S) recorreu ao Buraydah e mandou que ele juntasse para mim o preço dum carneiro, e que saísse à procura de um lindo e gordo animal. Depois o Profeta (S) disse para mim:

“Vai ter com a Aicha, e pede a ela que te dê toda a cevada que tiver!” Então eu fui a casa dela, e ela disse:

“Pega a cesta de vime. Ela contém sete sa de cevada. Juro por Allah que não temos mais mantimentos para te dar.”

Então eu saí de lá levando o carneiro e a cevada para pão à família da minha noiva. Eles disseram que poderiam fazer o pão, mas que eu teria que pedir aos meus amigos que preparassem o carneiro. Algumas pessoas do meu clã e eu nos pusemos a abater o carneiro. Então nós depelamos o animal, e o cozinhamos; eis que eu, que antes nada possuía, tinha então carne e pão para servir aos meus convidados. Assim eu dei um banquete, e convidei o Mensageiro de Allah (S), que aceitou o meu convite.

Então o Profeta (S) me deu uma faixa de terra próxima à propriedade de Abu Bakr; assim eu, que outrora era pobre, passei a estar então afluente. Eis que numa ocasião, eu tive um desentendimento com o Abu Bakr sobre uma tamareira. Eu dizia que ela estava na minha propriedade, e ele dizia estar na sua. Quando eu o contradisse, ele me chamou de um nome que me ofendeu. Mas tão logo ele disse aquilo, ele se arrependeu, e disse:

“Ó Rabi’a, podes chamar-me de um nome feio, em retaliação, para ficarmos quites.”

Quando eu lhe disse que não iria fazer aquilo, ele disse que ia ter com o Profeta (S) para queixar-se a ele de que eu não queria aliviá-lo da culpa, fazendo retaliação a ele. Realmente ele foi ter com o Profeta (S), e eu fui atrás dele, seguido por pessoas da minha tribo, que estavam furiosas, e diziam:

“Foi ele que começou a insultar-te, e agora está indo ao Profeta (S) à tua frente, para se queixar de ti!”

Eu me voltei para eles e disse:

“Ficai quietos! Será que não sabeis de quem estais a falar? Ele é Al Siddik, um dos mais venerados pelos muçulmanos. Ide embora, antes que ele olhe para trás e vos veja! Ele poderá pensar que estais vindo comigo para prestardes assistência a mim contra ele, e ficar furioso! Se ele ficar furioso, o Profeta (S) talvez fique também furioso, e então a ira de Allah poderá abater-se sobre a minha cabeça, porque terei ofendido o Profeta (S)!”

Então eles me abandonaram, e o Abu Bakr, que havia ido ter com o Profeta (S), começou a lhe contar o que acontecera.

Quando eu cheguei, o Profeta (S) se voltou para mim, e perguntou:

“Ó Rabi’a, qual é o probelma entre ti e o Abu Bakr?”

“Mensageiro de Allah (S), ele queria que eu falasse a ele da mesma maneira que ele falara a mim, e eu me recusei”, respondi.

“Tu fizeste a coisa certa”, ele disse. “Nunca revides um insulto. Outrossim, dize: ‘Que Allah perdoe ao Abu Bakr!’”

Assim, eu disse:

“Que Allah te perdoe, ó Abu Bakr!”

Abu Bakr foi embora com lágrimas nos olhos, dizendo:

“Que Allah te conceda uma grande recompensa, ó Rabi’a bin Kab, que Allah te conceda uma grande recompensa!”
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"São aqueles aos quais foi dito: Os inimigos concentraram-se contra vós; temei-os! Isso aumentou-lhes a fé e disseram: Allah nos é suficiente. Que excelente Guardião! Pela mercê e pela graça de Deus, retornaram ilesos. Seguiram o que apraz a Deus; sabei que Allah é Agraciante por excelência." (03: 173-174)


يُرِيدُونَ أَن يطفئوا نُورَ اللّهِ بِأَفْوَاهِهِمْ وَيَأْبَى اللّهُ إِلاَّ أَن يُتِمَّ نُورَهُ وَلَوْ كَرِهَ الْكَافِرُونَ

......Desejam em vão extinguir a Luz de Deus com as suas bocas; porém, Deus nada permitirá, e aperfeiçoará a Sua Luz, ainda que isso desgoste os incrédulos!

Mohamad ziad -محمد زياد


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