Deus, Exaltado seja, diz na Surata das Mulheres, versículos 118-119: "(Satanás) disse: Juro que me apoderarei de uma parte determinada dos Teus servos, aos quais desviarei, fazendo-lhes falsas promessas. Ordenar-lhes-ei cortar as orelhas do gado e os incitarei a desfigurar a criação de Allah! Porém, quem tomar Satanás por protetor, em vez de Allah, sofrerá uma perda manifesta."
Prezados irmãos: O nosso tema de hoje versará sobre um assunto polêmico, que está causando discussões em todo o mundo e que vai dar muito pano pra manga. É a clonagem animal, ou seja, fazer cópia dos animais.
O que levou os cientistas a pensarem na eugenia? São as doenças hereditárias. Hoje sabemos que existem mais de 5000 doenças hereditárias. A ideia da clonagem não é recente, pois Platão, em sua República, pregava a eugenia, ou a melhora da raça, ideia esta criticada pelos próprios discípulos do famoso filósofo grego. No final do século passado, o inglês Dalton, primo de Charles Darwin, na Inglaterra, surge com a mesma ideia, pretendendo a melhoria do homem inglês e foi apoiado por muitos políticos, inclusive Churchil. O estudo das doenças hereditárias era muito novo. Os americanos através de Dalwin Port compararam a ideia e a colocaram em prática, começando a castrar todo homem que tivesse um defeito qualquer. Port dizia que todas as pessoas provenientes do sul da Europa eram uma raça inferior e os americanos precisavam proteger o plasma germinativo dos americanos.
Há registro de aproximadamente 80.000 pessoas que sofreram castração, nos Estados Unidos, mesmo aqueles cujo defeito era em consequência de acidente de aviação ou de trabalho e não congênito, ou por ter má aparência. Hitler, em 1937, prestou um grande serviço aos ingleses e americanos, pois a concretização de seu sonho de super-raça fê-lo criar tribunais de hereditariedade, presididos por médicos, que examinavam as pessoas e os neutralizavam, quer através da castração, quer através da eliminação. Cometeu-se tanta barbaridade nesse campo, que ninguém mais falou em eugenia até o final da guerra.
A eugenia, ou a melhora de raça, volta a baila em 1994 com a publicação do livro Bel Care nos Estados Unidos, onde afirma categoricamente que os negros são uma raça inferior e não se deveria desperdiçar dinheiro com eles, oferecendo-lhes estudos universitários. Seu papel deveria se restringir apenas às atividades inferiores como garis, subalternos, etc.. Portanto, a eugenia é obra de europeus e americanos que, levados por sua prepotência e pretensão, achavam que eram uma raça superior e intencionavam e intencionam eliminar as outras raças. No Congresso da Família de 1995, promovido pelas Nações Unidas no Cairo, foram abordados os mesmos temas abordados em 1920/30 quanto à melhoria da raça, dos casamentos coletivos, da liberdade total das relações sexuais, da legalização do aborto, etc..
Que raça os ocidentais haveriam de considerar superior para suas pesquisas? Evidentemente, a deles.
Com a clonagem de dolly pelo cientista escocês, Ian Wilmut, utilizando um processo diferente do natural e eliminando o DNA da mãe, o cientista clonou uma ovelha, cópia fiel da outra de quem foi extraida a célula mamária utilizada para a clonagem. Como a experiência deu certo com animal, os cientistas acham que o próximo passo será a clonagem humana. Assim, a eugenia volta às manchetes e a polêmica recomeça. Podemos aqui questionar uma série de fatores, baseados em suposições e conjecturas, pois a clonagem humana ainda não aconteceu.
E tudo que se faz são suposições. Alguns cientistas afirmam que irá acontecer dentro de 10 anos, outros afirmam que não acontecerá nunca. Nós somos meros expectadores, não tendo nenhuma influência no processo. Não podemos intervir no desenrolar dos acontecimentos. Se americanos e ingleses proibiram a clonagem humana, os japoneses disseram que não iriam fazê-lo. Por outro lado, quem pode controlar as atividades dos cientistas? Quem proíbe o cientista, em seu laboratório, de proceder a seu bel prazer e concretizar a clonagem humana? Suponhamos, pois continuamos no campo das suposições, que a clonagem fosse feita, que seria da cópia? quem seria seu pai? quem seria sua mãe? Se houvesse algum problema com o clone quem seria o responsável por ele? As primeiras experiências talvez não tivessem degenerações, mas se o número fosse crescendo e atingisse os milhões? As degenerações forçosamente iriam aparecer. A raça humana iria dobrar. E quem seria clonado? Evidentemente, seria alguém de "raça superior" ou uma Miss Universo! Isso criaria condições para banco de células. A miss ou o super dotado iria cobrar fortunas pelas suas células. E a clonagem seria apenas para os abastados. Passaríamos a ter sementes humanas comerciáveis como mercadoria e seríamos produzidos industrialmente. Vejo a cena de dois amigos, um deles viajando para os Estados Unidos; o outro lhe pede: "Vê se me traz algumas sementes humanas!" Por outro lado, a mulher, como mera recipiente na questão, pois o seu papel é apenas alimentar o clone, sem participar na sua formação cromossômica, seria apenas a máquina para a produção, sem ter a responsabilidade de cuidar do clone, pois não seria o filho dela. Iriam pegar, por exemplo, mulheres russas, que estão com a taxa de desemprego altíssima, tendo de recorrer à prostituição para sobreviver, alugá-las para produzir clones.
Além disso, temos a tendência de gostar mais de meninos do que de meninas. Então, vamos apenas clonar homens e assim, causaríamos o desequilíbrio na balança dos sexos.
Por outro lado, que pai teria coragem de deixar a sua filha casar com um clone? "Sou um clone e quero casar com a sua filha!" Percebe-se a complicação disso só na análise de alguns fatores.
Vemos hoje que várias tendências estão sendo adotadas no campo científico. Devido às letais doenças transmissíveis através da transfusão de sangue, está-se recorrendo ao expediente de o próprio paciente, antes da intervenção cirúrgica, reservar o seu próprio sangue para ser utilizado na cirurgia.
Há alguns anos atrás uma australiana ficou grávida apenas para ter mais uma filha que pudesse doar a sua medula óssea à sua irmã, que sofria de uma doença grave. É a fabricação de peças de reposição, como se o ser humano fosse um automóvel ou uma máquina qualquer.
No caso de transplante, há uma tendência da proibição de sua internacionalização. A Inglaterra, por exemplo, proibiu o transplante de não inglês em seus hospitais. Os americanos estão a um passo de adotarem a mesma medida. Eles serão seguidos por todos os países do primeiro mundo. Quando isso acontecer, os países do terceiro mundo, por não investirem em pesquisa, ficariam desprovidos de meios para a utilização da técnica para seus cidadãos.
Os países do primeiro mundo, com seus investimentos em pesquisa no campo da saúde e da engenharia genética, poderão chegar, amanhã, a fazer o rim, o coração, o fígado, etc., necessários para o transplante.
Onde ficariam os muçulmanos nesse caso? Deveriam participar ou não das pesquisas nesse campo? Se não o fizerem, irão negligenciar a saúde de seus irmãos e torná-los dependentes dos não-muçulmanos.
Essas pesquisas, porém, devem ser controladas, seguirem preceitos e normas islâmicas, para que não caiamos na prática do Haram. Os nossos ulamá devem determinar o limite, a linha vermelha onde os nossos cientistas podem chegar, com exatidão, com esclarecimento, com justificação.
Quanto à clonagem, mesmo sendo uma suposição, por ser uma interferência na criação de Deus, por fugir totalmente do método determinado por Ele para a procriação, por gerar a mistura incontrolável de descendência, o desequilíbrio natural é, religiosa, jurídica e moralmente haram, e deve ser condenada por todos os muçulmanos do mundo.
A ciência está trilhando caminhos muito perigosos que nos farão sofrer uma perda manifesta, como o Alcorão nos admoesta.
Que Deus nos oriente para a senda reta e nos faça ver o certo como certo e nos faça segui-lo e nos faça ver o errado como errado e nos afaste dele. Amém.
Fonte:http://islamemlinha.com/index.php/artigos/a-ciencia/item/o-islam-e-a-clonagem-humana alcorao.com.br
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