(Artigo da autoria de Harun Yahya, in “Mulheres no Islão”, livro coordenado por Yiossuf Adamgy, edição de Al Furqán).
Prezados Irmãos, Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade.
A mentalidade de desprezar as mulheres, fazendo delas algo externo à sociedade e considerando-as seres de segunda classe, é um comportamento pagão iníquo, que não tem lugar no Islão. O Alcorão proporciona os pontos altos de um relacionamento social civilizado entre homens e mulheres.
A posição das mulheres no Islão tem sido recentemente questão de debate. Alguns equívocos surgem tanto de práticas tradicionais, erroneamente consideradas como “Islâmicas”, como de preconceitos. Todavia, a verdadeira questão prende-se com o facto de como são vistas as mulheres na fé Islâmica; e, quando olhamos para isso, verificamos que o Islão concede um grande valor social, uma grande liberdade e conforto às mulheres.
Os mandamentos de Deus, Todo-Poderoso, quanto ao estatuto da mulher e as relações entre homem e mulher, que nos foram revelados através do Alcorão, compreendem justiça plena. A este respeito, o Islão sugere igualdade de direitos, responsabilidades e deveres entre ambos.
De fato, o Islão baseia-se na simpatia, na tolerância e no respeito para com o ser humano, não discriminando nesta matéria contra a mulher. Exemplos de bons hábitos que nos foram transmitidos no Alcorão são universalmente compatíveis com a natureza humana, e válidos em todos os estágios da História. Uma Ajuda Mútua O respeito para com a mulher e para com os direitos das mulheres enquadram-se neste âmbito.
No Alcorão, Deus, Todo-Poderoso, enfatiza que muitas das incumbências e responsabilidades das mulheres são as mesmas que cabem aos homens. Além disso, enquanto desempenham essas tarefas e responsabilidades, é suposto que homens e mulheres se apóiem e ajudem um ao outro. «E os crentes e as crentes são protetores uns dos outros; recomendam o bem, proíbem o ilícito, praticam a oração, concedem az-zakat, e obedecem a Deus e ao Seu Mensageiro. Deus Se compadecerá deles. Na verdade, Deus é Poderoso, Sábio. — (Alcorão, At-Tawbah, 9:71).
O Mesmo Estatuto, a Mesma Recompensa e o Mesmo Castigo Deus, Todo-Poderoso, enfatiza também que os crentes serão recompensados da mesma maneira, tendo em conta os seus atos, independentemente do gênero. «Então, o Seu Senhor atendeu-os, dizendo: Na verdade, jamais desmerecerei a obra de qualquer um de vós, seja homem ou mulher, porque procedeis uns dos outros. Quanto àqueles que foram expulsos dos seus lares e migraram, e sofreram pela Minha causa, combateram e foram mortos, absorvê-los-ei dos seus pecados e os introduzirei em jardins, abaixo dos quais correm os rios, como recompensa de Deus. E junto de Deus está a melhor das recompensas». — (Alcorão, Al ‘Imran, 3:195).
«A quem praticar o bem, seja homem ou mulher, e for crente, concederemos uma vida agradável e premiaremos com uma recompensa, de acordo com a melhor das acções». — (Alcorão, An-Nahl, 16:97).
Num outro versículo, homens e mulheres são considerados em conjunto e é realçado que ambos detêm a mesma responsabilidade e o mesmo estatuto perante Deus. «Por certo, aos muçulmanos e às muçulmanas, aos crentes e às crentes, aos devotos e às devotas, aos verazes e às verazes, aos perseverantes e às perseverantes, aos humildes e às humildes, aos caritativos e às caritativas, aos jejuadores e às jejuadoras, aos recatados e às recatadas, aos que se recordam muito de Deus e às que se recordam muito d’Ele, saibam que Deus lhes tem destinado a indulgência e uma magnífica recompensa». — (Alcorão, AlAhzab, 33:35).
São muito mais os versículos existentes no Alcorão a afirmar que homens e mulheres são precisamente iguais no que respeita às suas responsabilidades para com o seu Senhor, assim como nas recompensas ou punições que receberão em troca. Existem, no entanto, algumas diferenças, não muitas, Os no que toca a questões sociais, embora estas existem para conforto e proteção das mulheres. mandamentos de Deus atendem às diferenças biológicas resultantes do processo de criação e indicam um sistema que mantém a justiça igual entre ambos, homem e mulher.
O Islão não encara a mulher como um objeto. Por conseguinte, não é considerado de bom tom que uma mulher de boa moral despose um homem de má índole, ou vice-versa. Isto é revelado no nobre Alcorão da seguinte forma: «As despudoradas estão destinadas aos despudorados, e os despudorados às despudoradas; as pudicas aos pudicos e os pudicos às pudicas. Estes últimos não serão afectados pelo que deles disserem; obterão indulgência e um magnífico sustento». — Alcorão, (An-Nur, 24:26).
Também no casamento, os deveres e as responsabilidades dos esposos de um para com o outro exigem igualdade. Deus, Todo-Poderoso, exige que ambos os cônjuges se protejam e orientem um ao outro. Este dever está expresso no Alcorão por meio das seguintes palavras: «Está-vos permitido, nas noites de jejum, acercar-vos de vossas mulheres, porque elas são vossas vestimentas e vós o sois delas. Deus sabe o que vós fazíeis secretamente; porém, absolveu-vos e vos indultou. Acercai-vos agora delas e desfrutai do que Deus vos prescreveu. Comei e bebei até à alvorada, quando podereis distinguir o fio branco do fio negro. Retornai, então, ao jejum, até ao anoitecer, e não vos acerqueis delas enquanto estiverdes retraídos nas mesquitas. Tais são as normas de Deus; não as transgridais de modo algum. Assim Deus elucida os Seus versículos aos humanos, a fim de que O temam». — (Alcorão, Al-Baqarah, 2:187).
São muitas as regras e mandamentos existentes no Alcorão referentes à proteção dos direitos maritais das mulheres. O casamento baseia-se na vontade e no consentimento de ambas as partes; ao marido cabe provir ao apoio financeiro da esposa (Alcorão, An-Nisaa', 4:4); ao marido cabe cuidar da sua ex-mulher após o divórcio (Alcorão, At-Talaq, 65:6).
A Verdadeira Emancipação Conforme esclarecido pelos versículos, o Islão rege de forma justa as relações homem/mulher e põe termo a práticas prejudiciais resultantes de costumes e tradições das sociedades pré-Islâmicas. Um exemplo disso é a situação da mulher na sociedade Árabe antes do Islão.
Segundo os pagãos Árabes, as mulheres eram tidas como inferiores e o nascimento de uma filha representava uma vergonha. Por vezes, os pais a quem nasciam filhas preferiam queimá-las (ou enterrá-las) vivas em lugar de anunciar o seu nascimento. Por intermédio do Alcorão, Deus, Todo-Poderoso, proibiu esta tradição maléfica e avisou que, no Dia do Juízo Final, essas pessoas seriam definitivamente levadas a prestar contas destes atos malignos.
De fato, o Islão resultou numa grande emancipação para as mulheres, as quais eram severamente perseguidas na era pagã.
O Prof. Bernard Lewis faz o seguinte comentário no seu livro The Middle East: A Brief History of the Last 2.000 Years: De um modo geral, o advento do Islão contribuiu para um melhoramento significativo da posição da mulher na antiga Arábia, concedendo-lhe propriedades e alguns outros direitos, e oferecendo-lhe medidas de proteção contra maus tratos por parte dos seus maridos ou donos. A matança de bebês do sexo feminino, admitida pelos costumes da Arábia Pagã, foi proscrita pelo Islão. Todavia, a mulher continua numa posição de pobreza e a agravar-se quando, nisto como em tantos outros aspectos, a mensagem original do Islão perdeu ímpeto e foi modificada pela influência de posturas e costumes pré-existentes.
Assim sendo, podemos dizer que a mentalidade de desprezar a mulher, de fazer dela algo externo à sociedade e de considerá-la como um ser de segunda classe, trata-se de uma postura iníqua, a qual não tem lugar no Islão. Duas mulheres devotas são particularmente mencionadas no Alcorão, enquanto exemplos para a Humanidade. Uma, é Maria, mãe Jesus, e a outra é a esposa do Faraó Egípcio (Ássia); não obstante a malvadez do seu marido, Ássia é descrita como uma Muçulmana modelo (ver, Alcorão, At-Tahrim, 66:11,12). O nobre Alcorão descreve também uma conversa extremamente amável e civilizada entre o Profeta Salomão (que a paz esteja com ele) e a Rainha de Sabá (Alcorão, An-Naml, 27:42-44), e entre o Profeta Moisés (que a paz esteja com ele) e duas jovens senhoras (Alcorão, Al-Qassas, 28:23-26). Estas conversas realçam o relacionamento social civilizado entre homens e mulheres. Consequentemente, não existe maneira de um Muçulmano ter uma abordagem intolerante para com uma mulher.
Numa sociedade onde é praticada a verdadeira moral Islâmica, um respeito imenso e simpatia são revelados para com as mulheres, preservados enquanto estas viverem em liberdade e conforto. A regra fundamental do tafssir (interpretação) do Alcorão consiste em certificar-se que o significado derivado está em conformidade com a integridade deste nobre Livro.
Quando tal é considerado, torna-se evidente que todas as regras estabelecidas por Deus, Todo Poderoso, no que respeita às mulheres formam, realmente, uma estrutura social que lhes permite viver na mais confortável e feliz das formas. Numa sociedade onde todos os valores morais do Islão são praticados detalhadamente, a posição social das mulheres torna-se de tal maneira exaltada, que não pode, de modo algum, comparar-se nem com as sociedades atualmente consideradas modernas e desenvolvidas.
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